Um baralho baseado no Uno – jogo de cartas mais vendido do mundo – é o primeiro projeto do Libras e Cultura da Ateal (Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem), núcleo criado este ano para o desenvolvimento de jogos que possam auxiliar no aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e na socialização dos deficientes auditivos.
O jogo, denominado Unilibras e lançado oficialmente esta semana no AT!Bazar, foi desenvolvido por um dos assistidos pela Ateal, Bruno Vitor Mendes. “Ele tirou foto das mãos, veio com a ideia e nós desenvolvemos o jogo”, conta a fonoaudióloga Amanda Ballarin Dias, supervisora do setor de reabilitação de deficientes auditivos da entidade.
As cartas trazem nas imagens a representação gestual dos números e das cores de cada uma das cartas. A brincadeira, que termina quando um dos jogadores zera as cartas na mão, tem como objetivo ensinar a linguagem de sinais e, principalmente, socializar os surdos. “Como surdos e ouvintes podem participar da brincadeira juntos, o jogo integra e estimula os deficientes auditivos, seja na escola ou em família, já que eles se sentem motivados e acolhidos”, garante Amanda.
Além disso, explica a fonoaudióloga, pode ser usado nas terapias desenvolvidas pela Ateal. “Podemos trabalhar cores, números e sinais ou ainda o respeito às regras, aos limites e a noção de ganhar e perder”, enumera. Por tudo isso, o jogo pode ser usado com crianças pequenas, a partir dos 5 anos, e não há idade limite para a brincadeira.
A renda do jogo, que está sendo comercializado a R$ 20, será revertida ao projeto Libras e Cultura. “Queremos investir na pesquisa de outros produtos e jogos e criar um fluxo de materiais para os surdos”, revela Amanda.
Fonte: Jornal de Jundiaí